A polícia investiga a morte de um travesti em uma clínica em Moema, na Zona Sul de São Paulo, no início deste mês. O jovem morreu horas depois de passar por uma cirurgia plástica. A Justiça autorizou a exumação do corpo de Eder Fernando de Assis, de 19 anos, para investigar a causa da morte.
Assis entrou na clínica em 2 de fevereiro, para implantar próteses mamárias de silicone. O travesti morreu horas depois da cirurgia, na sala de observação. Dois amigos estavam do lado de fora. “A gente já estava desconfiando que tinha acontecido alguma coisa grave”, diz um dos amigos.
O avô de Eder, que mora em Limeira, tentou falar com o cirurgião. “O médico falou que ele estava mal, mas estava vivo”, afirma. Desconfiado, ele decidiu viajar para São Paulo. Quando estava em uma estrada na região de Campinas, recebeu uma ligação e descobriu que o neto já estava morto há mais de duas horas.
O dono da clínica, que já foi processado pelas mortes de outros dois pacientes, diz que foi uma fatalidade. “Nós temos todos os recursos, nossa licença, tudo direitinho. Foi realmente, na minha opinião de médico, uma fatalidade”, diz o médico Antonio Carlos Puga Rebelo, que já foi condenado pela morte de outro paciente e cumpriu, como pena, a prestação de serviços comunitários. O médico não é integrante da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica.
A polícia entrou na clínica nesta terça-feira (28) para procurar provas. “Homicídio doloso ou culposo, dependendo do que a gente estabelecer. Tem que apurar o que houve na clínica”, diz a delegada Eliane Lima de Toledo, sobre o tipo de crime a ser investigado.
Fonte: G1
