Conselho quer tombar casas de Moema

O Conpresp (órgão da prefeitura de defesa do patrimônio) abriu um processo que pode levar ao tombamento de imóveis das ruas Normandia e Gaivota, em Moema, na zona sul de São Paulo.

As ruas são conhecidas pelas lojas instaladas em casarões de estilo europeu e se tornam ponto de visitação no fim do ano por causa da decoração de Natal. Já houve até neve artificial, mas a festa está menor nos últimos anos.

Com a abertura do processo, os 54 imóveis –todos da rua Normandia e metade dos da Gaivota– ficam “congelados”. Segundo a prefeitura, qualquer reforma deve ser aprovada pelo Conpresp e as obras em andamento devem ser paralisadas, como uma no número 65 da Normandia.

Os donos devem pedir autorização até para pinturas.

A situação irá vigorar até que seja decidido o tombamento e se ele vai atingir apenas a fachada ou também o interior dos imóveis. Não há prazo para a decisão.

KI-SUCO E PLOC

O processo foi um pedido do Departamento do Patrimônio Histórico da prefeitura de São Paulo.





Entre os motivos, foi apontado o valor arquitetônico das edificações, “exemplares da arquitetura eclética da década de 50, únicos em Moema e arredores”. Também foi considerado que as ruas são os “últimos resquícios da ocupação prévia do bairro”.

De acordo com a prefeitura, há indícios de que as ruas formavam uma vila operária, já que nos seus arredores funcionavam as fábricas dos sucos Ki-Suco e dos chicletes Ploc.

‘BOLA DA VEZ’

“É uma rua simbólica, que tem uma unidade arquitetônica que gera um clima positivo em uma cidade cada vez mais verticalizada”, afirma a urbanista Lucila Lacreta, do movimento Defenda São Paulo.

“E a região é a bola da vez da especulação imobiliária. Para a rua sumir, é superfácil”, diz ela.

Segundo lojistas, todas as casas pertencem à família Chaves Veneri. A imobiliária da família informou que não foi notificada sobre o processo, mas que ele não altera em nada a situação dos imóveis.

“A rua é famosa por conta desse estilo. Quem aluga aqui gosta e já sabe que não pode mudar”, diz Letícia Ribeiro, proprietária de uma loja de móveis na Normandia.

Fonte: Folha.com





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